Nem na Época, que lançou ontem um editorial convocatório – Basta de ditaduras! Fora, golpistas! – e menos ainda em O Globo, que publica hoje um escandaloso “pé no freio” ao texto de sua revista – É preciso não banalizar o risco de golpe – se publicam posicionamentos editoriais de tamanho alcance sem ouvir “a casa”.
Antes, “a casa” era o “doutor Roberto”. Agora, em tese, seria João Roberto Marinho.
Há algo de estranho acontecendo, porém, e pode ser resultado de parte do primeiro escalão jornalístico da empresa estar incomodado com a perspectiva de dar-se apoio militante à candidatura Jair Bolsonaro.
Incômodo, não vou além disso, claro, porque seria esperar demais.
Mas troca dura de palavras de dois grupos de “capas-pretas” globais é sinal que houve mesmo a “overdose” que já pintava na elite da mídia, porque há espanto crescente na elite – inclusive a da mídia – com o grau de monstruosidade que criaram.
Aquilo que chamei aqui de “o bode do bode”.
O problema é que o bode – made in Globo – está na sala e para ficar, ao menos até que as urnas o expulsem.