O terrorismo ajuda a afundar o PIB, diz economista

Recomendo a leitura do artigo do professor Rogério Furquim Werneck da Economia da PUC do Rio de Janeiro, uma escola de nítido viés neoliberal. Nele, sob ótica econômica, chama-se a atenção sobre os danos que estão sendo causados ao país – que vão além da ruína institucional – pela tática de produzir um ‘terrorismo’ para viabilizar a reforma da Previdência.

Afinal, é a única tecla que tocam governo e equipe econômica em matéria de planos para o país, tecla devidamente ecoada por um jornalismo econômico especializado em jamais ir além da aritmética.

Diz Werneck:

Levará algum tempo até que se possa entender com clareza por que o círculo virtuoso de recuperação da economia, antevisto no início do ano, se mostrou tão decepcionante. Mas, entre as possíveis explicações, não poderá deixar de constar o efeito deletério da atemorização exagerada do país a que o governo recorreu, para viabilizar a reforma da Previdência. Não tendo conseguido produzir uma narrativa crível de aprovação da reforma, o governo tentou compensar essa falha com uma atemorização desmesurada, que teve impacto devastador sobre decisões de investimento.

O economista afirma que “ao brandir a iminência do caos, ajudaram a atrofiar ainda mais o que restava do já raquítico crescimento da economia” e se espanta com a “a gritante incapacidade do governo de mobilizar o vasto apoio parlamentar de centro direita com que poderia contar”, até porque jamais, nas últimas décadas, houve um Congresso tão conservador e insensível socialmente quanto este.

Mas não é uma surpresa, é uma fatalidade. O governo que se instituiu pelo ódio e pela negação, só pelo ódio e pela negação sabe se sustentar. Não é um acesso de fúria, é um método de firmar-se pela intimidação.

Cpomo dizem os próprios economistas, o fenômeno observado por Werneck, está “em linha” com o que registrei no post anterior, sobre a entrevista de Bolsonaro à Veja: não há nenhum plano para o país senão o de submetê-lo à chantagem do medo.

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14 respostas

  1. Nao me conformo terem sido eleitos esse traste com esse congresso, é burrice que faka, né ?

  2. Investimentos públicos congelados e atrofiados pela política pró cíclica de um ultraneoliberalismo ideológico e burro. Investimentos privados assustados pela dificuldade de reverter a ruptura institucional iniciada com o impeachment irregular de Dilma Rousseff e aprofundada pela gangue de delinquentes que assaltou o poder via eleições de 2018. Sem falar da insegurança jurídica que veio como decorrência do colapso institucional. Como poderia haver qualquer ímpeto real de crescimento econômico? Fico espantada com o espanto de analistas e economistas. Esperavam o quê? a salvação via gênio Paulo Guedes, que nunca conseguiu administrar sequer sua própria escola?

    1. É a típica transferência de responsabilidade por meio da crítica permanente do outro. O outro é sempre o vilão, o responsável pelos seus problemas. Quem é mesmo que se utiliza do artifício da vitimização?!

      1. Meu caro, o último ano que pode ser chamado de petista é o de 2015. DOIS MIL E QUINZE. Estamos em DOIS MIL E DEZENOVE.

        ACORDA, GADO!

      2. O asno forjou até um atentado a faca.
        Utilizar o “artifício da vitimização” é a tática bozo.
        Os pobres coitados são vítimas do “comunismo” e do “marxismo cultural” que não os deixa governar.
        Será que estes asnos sabem o que é governar?

    2. Cabeças-de-planilha não são capazes de desconfiar que a falta de um plano é exatamente o plano dos verdadeiros donos do golpe.
      A falhar a tática terrorista de cenários catastróficos com a não aprovação da reforma, sobra a total destruição do país; este sim o real objetivo, que: 1) tira do jogo um parceiro potencialmente perigoso de China e Rússia; 2) afugenta investimentos pela insegurança de um governo de patetas milicianos; 3) fere de morte os fortes competidores da engenharia de infra-estrutura e petroleira; 4) mantém uma população ignorante, amedrontada e fragilizada através dos cortes na Educação, Segurança e Saúde.
      Em resumo, tudo o que pode parecer incompetência nessa república das tochas é, ao contrário, total competência na destruição explícita de uma nação. Aliás, isso foi dito com todas as letras pelo próprio bozo: “não vamos construir, vamos desconstruir”. Como bom idiota que é, provavelmente deixou escapar instruções que deveriam ser sigilosas.
      É por isso que continua presa a única pessoa que poderia ameaçar esse processo infame.
      Soltem o Lula, seus canalhas e devolvam meu país.

  3. Não existe nada no horizonte econômico, exceto arrancar o couro dos mais pobres para que se tenha um colchão confortável para rolar a enorme dívida interna.

  4. Botam a culpa de tudo na reforma da previdência. Se não vier, o país morre. Se disser isso em voz alta, o país morre. Se ficar calado, o país morre. O país está afundando e morrendo não por culpa de reforma alguma, mas por culpa da agenda de destruição do olavismo/lavajato que está em pleno vigor, e só um bobo enganado estaria esperando no início do ano que o crescimento fosse retomado. Ingenuidade, a desses economistas. Isso prova que a grande maioria dos economistas não tem condições de dar pitaco, porque só pode enxergar uma árvore, e jamais o bosque inteiro. .

  5. “Levará algum tempo até … entender … por que o círculo virtuoso de recuperação da economia, … se mostrou tão decepcionante.”

    Humm, difícil entender, mesmo.
    Será que que é “só” porque “esqueceram” de incluir nessa equação do milagre da retomada o fator chamado “mercado consumidor”?

    Se engenheiros fossem formados na mesma academia que esses economistas, eles projetariam pontes e edifícios achando que podem desprezar a força do vento e da gravidade. E depois que a coisa desabasse, iam falar: “Ué, não sei o que deu errado.”

    1. Ótimo! Havia notado esse “por que o círculo virtuoso de recuperação da economia, … se mostrou tão decepcionante…” Que economista fuleiro é esse que acreditou na cantinela ultraneoliberal, mesclado com nazismo (a que venho chamando de nazineoliberalismo), num país tremendamente desigual! Cortam o pouco da renda dos que consomem por aqui, e querem o quê?? Recuperação da economia?
      Achavam que os gringos viriam em massa investir no Brasil por terem o Guedes e o Bozo como garantia??? meu Deus!!
      Que economista de merda esse, viu?
      Se fossem engenheiros, além de desprezar a força do vento e da gravidade, cortariam todas as colunas, ferragens e demais materiais de sustentação (poupariam 1 trilhão!) da “construção” e então perguntariam “ué, por que deu errado??”

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