Ódio e fundamentalismo: os ‘argumentos’ da exclusão

A Folha arranja hoje uma certa doutora Catarina Rochamonte para “responder” ao já pretensioso artigo de Ascânio Seleme, ex-diretor de O Globo, que anunciava ter chegado a hora de “perdoar o PT“.

É de doer que um jornal que lança uma campanha pela democracia entregue um espaço sem respostas a alguém que defenda a exclusão de uma força política que, ao menos dizem as pesquisas, tem perto um terço da opinião pública brasileira.

E com argumentos de alta “espiritualidade”, dizendo que na política isso é uma fraude:

No seu sentido profundo, o perdão é ato singular que se dá na relação de indivíduo a indivíduo e do indivíduo para com Deus. No âmbito político, é quase regra que haja fraude por parte de quem pede e por parte de quem concede perdão. Um exemplo do perdão político foi a anistia; perdão este que o PT e vários outros segmentos da esquerda não aceitaram de modo imparcial, mas instrumentalizaram para interesse de seu próprio grupo.

Será que a Folha tem conhecimento do que vem a ser a produção da Dra. Rochamonte em outros sites, como o que, sintomaticamente, chama-se “Sentinela Lacerdista” ao tratar da “Epopéia da Civilização Ocidental”?

Vejam que aula de Filosofia, digna de um Olavo de Carvalho:

Todos os vertiginosos legados escolásticos e todas as grandes conquistas da metafísica clássica beberam na fonte inesgotável do saber infinito e, desavisados, sem saber de onde, beberam em fontes sublimes. Cabeças sublimes se avolumam e se agigantam quando respaldadas pelas luzes celestiais. Cada um desses insignes filósofos soube entreter letras inspiradas e levar adiante projetivas ideias. Na averiguação dos efetivos lumes da nossa civilização entretemo-nos com verdadeiros inspirados aos quais devemos a nossa orquídea esplendorosa. Desses insignes pensadores adviria um elo comum através de séculos de distância, um pensamento absoluto que ultrapassaria a história e nela se inseriria: a ideia central de um Deus cujo nome é amor. O Deus único de Aristóteles, o Bem supremo de Platão e o Deus amor dos cristãos. Conquanto nos esforcemos para assegurar a elasticidade do conceito, perturba-nos a intensa coexistência dessas instâncias máximas: Deus único, Deus de amor, Deus de Jesus. Deus se fez ao alcance do homem e Deus se fez ao alcance de uma humana definição. Menos por ousadia que por desespero de luz, o homem soube se ver como filho e, certo, olvidou a senda que lhe direcionava o espírito, mas, lúgubre e falho, conservou ainda essa dignidade máxima em seu coração.

Conseguiu ler até o fim? Mas logo vem uma outra aula, de História:

Enquanto a turba deleitava-se em prazeres, o coração nobre de um outro povo se refugiava na fé e na esperança da verdade e da luz. A contiguidade entre os povos erradicava a necessidade de preterir o velho em direção ao novo e as conclamações bélicas de Alexandre convenientemente estabeleceram esses limites. Dá-se, então, a manutenção das excelentes formas de pensamento grego, formando-se posteriormente a hierarquia romana. Contudo, o deslinde se deu. Roma estava em chamas e as menores cercas estavam desfeitas. Césares destruídos e conturbadas hordas disseminadas. Todos se intimidaram perante a permanência obsoleta de um império e construíram as próprias leis em tentativas de prevenção. Os espíritos abismaram-se em seus recônditos esconderijos e assim se configurou a Idade Média.

Jesus! Avisem aos historiadores que a chave do progresso humano foi “o refúgio na fé” de um povo escolhido, enquanto outros caiam na gandaia!

Francamente, Folha, perto de sua filósofa, Janaína Paschoal chega a ser uma esquerdista!

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36 respostas

  1. Rapazes e moças de meu brasillll varonillllllllllllll, e alguém um dia achou que o Rolando Lero era somente um personagem?
    Tai a prova que nunca foi.

  2. Desculpe mas não há a menor chance de eu ler o que tão ilustre dama escreveu. Prefiro ler um gibi.

  3. Professora na pós do Instituto Mises. Tá explicado. Doutora em filosofia se autoproclama conservadora liberal ou vice versa, seja lá o que queira dizer com isso. A UFRN certamente é capaz de produzir coisa melhor. O jornalismo escrito deve influenciar 1% do eleitorado. O UOL e a F Online juntos mais uns 5%. Não é hora de perdoar o PT porque não cabe perdão, mas desculpas. Esses idiotas sequer se deram conta de que faturavam muito mais na era petista. Ai deles se retornarem ao discurso da conciliação de classes. Perderão meu voto.

    1. E vale notar: o PT não pediu perdão a ninguém, pois não tem do que ser perdoado. Aí vem essa siderada negando um perdão que não foi pedido. Em suma: mais uma doida varrida no pedaço.

  4. A barbárie impera. A folha, depois de destruir o país com seu ódio, traz a lume a ignorância filosófica do ódio.
    Que senhora mais imbecil. É pseudônimo de damares?
    É a luz negra de bolsonaro.

    1. Acertou na mosca, HC! É a damares, sim. Tem sua digital e assina em baixo quando se auto intitula doutora em filosofia. Deve ter sido “licenciada” doutora em algum seminário evangélico.

  5. Uma nova versão da janaina paschoal, pior que uma janaina só duas. Por que dão espaço para esses tipos de desequilibrados, psicopatas?
    Não merecemos.

  6. Nossa. Embebedá-lo-ei-me nessa fonte suprema. kkkkk

    Sr. Fernando. O discurso da antipolítica aflorou em 2010 com a campanha da Dilma. Para suprir a notória obscuridade da candidata, a campanha dizia que ela não era política, mas sim gerentona, mãe do PAC, e outras bobagens.

    Será que a folha agora está a fazer o discurso do antijornalismo antifilosófico pra esconder o próprio vazio de idéias?

  7. Quando se pensa que chegou ao fundo do poço, sempre surge mais um pra provar que ainda cabe cavar mais um pouco…

  8. Os advogados criminalistas apontaram diversos abusos da lava jato. Abusos do MPF, do Moro, da PF e da Receita Federal e todos foram legitimados pelas instâncias superiores, inclusive STF. Os caipiras reacionários do MPF alugaram um hotel de luxo para expor o power point que apontava Lula como comandante máximo do maior esquema de corrupção tendo como vantagem um triplex meia boca no Guaruja, sem posse, sem propriedade e sem ato de ofício. Canalhas. Durou um ano e quatro meses entre Moro aceitar a denúncia do Triplex e a condenação do Lula em segunda instância no TRF 4. Todo abuso cometido para tirar Lula das eleições com apoio incondicional da Globo e da mídia hegemônica.

  9. Lendo os dois pequenos textos da criatura, eis minha humilde sugestão: mude seu nome de Rochamonte para Bostamonte, é mais apropriado e descreve com clareza o que povoa a sua mente.

  10. E os demais partidos devem ser perdoados? Afinal, se o PT cometeu erros ou fraudes, os demais também o fizeram, em maiores proporções até. Além disso, referida articulista passa ao largo dos acertos do PT e de seu combate à desigualdade socioeconômica e, principalmente, à pobreza (coisa de esquerda e repugnada pela direita brasileira). E nem sou petista.

  11. Coincidentemente, antes de ler o texto acima, comecei a ler o artigo da “filósofa” e não consegui ir até o meio…

  12. Essa senhora é o exemplo de nossa elite aristocrata, escreve sem dizer nada, mas isso serve pra expressar seu domínio com relação aos plebeus, uma casta de letrados ignorantes e presunçosos, estamos na mão dos pseudos intelectuais ou dos idiotas retrógrados, o Brasil tá numa encruzilhada, se a sociedade não aprender com toda essa loucura não teremos futuro.

  13. Desculpem, mas usarei o espaço para um pedido: Acho que a pagina deveria escrever sobre 2 assuntos que não tenho visto na mídia e que tem complicado a vida de muitos. Primeiro o Pronampe, que acabou antes de começar. Quantos por cento das micro e pequenas foram socorridas? Esse dinheiro foi pra quem? Por que adiantou sem aviso?

    E também: CADÊ A LEI DOS ALUGUEIS?????? A política tem sido de tirar o pouco desconto que vinha sendo dado! Ninguém vai falar nada????

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