A atitude de Jair Bolsonaro de vetar a blindagem dos recursos orçamentários destinados à vacinação contra a Covid e a outros programas sociais, especialmente os de Saúde e Educação é destas decisões que não deve ser analisada sob a ótica das despesas públicas, mas da política. Ou da política mais baixa e sórdida.
É claro que o veto será derrubado no Congresso assim que for levado à votação e, portanto, será inócuo sob este aspecto.
Jair Bolsonaro joga para por na mesa de negociação para a eleição da presidência da Câmara devolver a blindagem das emendas parlamentares, que o veto torna “contingenciáveis”, isto é, passível de bloqueio por decisão do Executivo.
A velha história de criar a dificuldade para vender a facilidade.
Faz, também – e para variar – uma afago aos militares, ao garantir que não haverá bloqueios em suas despesas de investimento.
Bolsonaro está se lixando para a repercussão entre as pessoas preocupadas com as questões sanitárias.
É que para ele não há pandemia e todos devem se expor, não importa (ou “ainda bem” que morram) idosos aos milhares.
E, claro, os gastos e a retração econômica viram “culpa” exclusiva da pandemia e, assim, desoneram o Governo de apresentar resultados econômicos.
Sua plataforma política é o ódio, não o progresso.