Previdência: o governo não tem bala na agulha

Os analistas ainda não se debruçaram com profundidade sobre o que significa o aconteceu hoje no adiamento da Comissão de Constituição e Justiça  da Câmara, quando se adiou, à espera de um acordo, a votação da admissibilidade da PEC da Previdência.

O governo, mesmo contando com a adesão da parte “aderente” do “Centrão” – inclusive Rodrigo Maia – não chega aos votos suficientes para fazer maioria.

Não apenas isso: não tem articulação, capacidade política e nem ao menos humildade em procurar composições que lhe possam dar a maioria.

Quando o “Centrão” anunciou, duas semanas atrás, que havia pontos inaceitáveis na reforma, não foi negociar sua exclusão e preferiu dizer – e a aceitar a pantomima da aceitação – de que tudo seria negociado na comissão de mérito, não entendeu que a concordância era hipócrita e que não haveria vantagem alguma em ceder, na CCJ, tudo por nada.

Da mesma forma que a sessão de sorrisos e apertos de mão no Planalto, feita na volta de Bolsonaro de Israel não mudou em nada a relação – ou a falta de relação – com o governo.

Agora, o governo está contra a parede em ceder em outros quatro pontos que vão além daqueles que, antes, estavam condenados.

É só o início.

Daqui a quinze ou 20 dias, quando a comissão que analisará a proposta, isso se sucederá e as exigências serão maiores.

Dê-se por feliz a equipe econômica se sobrar algo como um terço do trilhão que Paulo Guedes imaginava retirar do sistema previdenciário. Talvez um pouco mais, mas numa velocidade muito menor que a pretendida, porque as ferozes regras de transição vão cair a patamares muito menos draconianos que os propostos.

E que outro naco será tirado pelo aumento real do mínimo, pauta saborosa que, até 17 de julho, terá de ser votada.

E, daí, mais algum no Senado, no segundo semestre.

 

 

 

 

 

 

 

 

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16 respostas

  1. Eu já estou acreditando naquela tese do “erro proposital”. O governo erra tanto que não pode estar querendo acertar. Talvez esteja apostando na desmoralização do congresso, com objetivos sombrios. Não duvido de mais nada nesse país que parece estar condenado. Não há esperança com esse nível de imbecilização da sociedade. A massa mesmo não se mexe, está aparvalhada, viraram zumbis.

    1. Estamos discutindo como a proposta de reforma será reduzida e não como desmontá–la. Se o sistema precisa de uma reforma, ela não e em nada parecia com a que foi proposta. Por muito menos, em 2013, milhares foram às ruas.

    2. O Bolsonaro faz é rir de tudo isso, porque ele sabe que ao ser implantada uma ditadura olavista/lavajatista, tudo poderá ser feito por decreto, diante do silêncio geral.

  2. Os piratas e corsários por hora passeiam impunes entre as ruínas do porto tomado. As únicas escaramuças que ocorrem agora são entre eles mesmos e por razões óbvias: a luta pelo butim e o resultado natural de intocáveis e intocados livres e soltos numa cidade na qual a única lei vigente é a lei do mais forte. Enquanto uma parte da população ainda aplaude, ignorante de seu próprio destino a depredação, a rapina, e principalmente as violações contra seus antigos adversários, a outra assiste atônita o cenário de destruição, paralisada e sem reação, ainda procurando as razões da sem razão e do caos.

  3. Mexer no Salario Minimo é como se fosse uma bomba atômica. Este asno desta turma governamental são uns iidiiotas.

    1. Paulino, penso que a única ideia dessa turma é desagregar ao máximo. Causar o máximo de fraturas e destruir todas as nossas salvaguardas civilizatórias num prazo exíguo.
      Acreditam mesmo que um regime de força pode ocorrer e ser reimplantado.
      Não estão preocupados com nada, saúde, segurança, consumo, indústria, educação…..nada.
      Só em re-colonizar o brasil em relação a nova ( nem tanto ) metrópole, os EEUU.

  4. Se a sociedade civil estivesse minimamente mobilizada contra esta reforma, ela cairia.Infelizmente o povo ainda esta em estado de zumbi após a guerra hibrida.

  5. Os olhinhos dos jênios da Fundação Getúlio Vargas estão cintilando enquanto dão depoimento à Globo: Encontraram a causa maior de nossa tragédia econômica – O Brasil não está crescendo só por causa da crise argentina, que afetou nossa economia! E que lá na Argentina a desgraça aconteceu porque o governo não cortou despesas o suficiente. Ora, nehum país do mundo cortou tantas despesas governamentais como a Argentina. O que nos faz concluir que, no neoliberalismo, os cortes de despesas governamentais nunca serão grandes o suficiente.

    1. Alecs a questão é exatamente esta, cada corte precede a necessidade de mais cortes, até a morte total do Estado Nacional e a completa escravidão do povo.
      Contudo, mesmo na zumbilândia chamada brasil a fome e a falta de perspectivas chega antes do mundo maravilhoso prometido pelos pauno keds da vida.
      E quando a fome chega a turma grita.
      Bozo e sua confraria de piratas ainda serão desmascarados, questão de tempo, que pelo andar dos fatos, não será muito longo.
      Fechar o país numa ditadura também pode não ser uma tarefa muito fácil.
      Acredito que a crise irá se aprofundar a um ponto que movimentos separatistas proliferarão, tornando a realidade muito próxima dos interesses americanos.
      A guerra continua a todo vapor.

      1. Joaquim Nabuco, o maior dos anti-escravagistas, era monarquista, e nunca se deixou convencer por seus amigos republicanos de que a república seria boa para o Brasil, exatamente porque temia que com ela viesse o separatismo. Ele temia que, sem a cobertura das alianças que a família imperial tinha em todas as cortes da Europa, o país viesse a partir-se em pequenas repúblicas, como desejavam os já influentes candidatos a imperialistas da América do Norte. Temia também que o país viesse a perder território para a rapina colonial, o que realmente veio a acontecer, com a Inglaterra aproveitando a quebra de sua aliança monárquica e surrupiando 10.000 quilômetros quadrados do hoje estado de Roraima. Ela queria 20.000 quilômetros quadrados, mas Joaquim Nabuco, agora servindo à República como diplomata, impediu que isso acontecesse. Felizmente a França, que tentou tomar o Amapá, bateu de frente com o Barão do Rio Branco, que a própria República recém-implantada foi implorar para que largasse o pijama e fosse à Europa defender o Brasil nesta disputa. O Exército garantiu, naquela ocasião crítica, a continuidade da unidade nacional. Esperamos que o faça também agora, nesta hora crucial do país, quando ele está sendo vítima de uma severa crise onde está em jogo sua própria existência como nação.

  6. A Globo em seu Bom Dia, ao defender insistentemente sua parceira de extrema-direita Crusoé, não está falando em nenhum momento que sua reportagem censurada se refere ao conteúdo de uma delação. A Globo diz simplesmente que a reportagem é verdadeira, e que constatou que o Marcelo Odebrecht realmente teria dito o que está na revista. Isso, logo depois de mostrar o ministro Alexandre falando que a reportagem é falsa. Então… A Globo também merece ser chamada às falas.

  7. A questão do salário mínimo em 2020 é para compensar o previsível fracasso em pontos importantes para o governo na reforma da previdência.

  8. Creio que não há nada a discutir com um pervertido perverso que tem sífilis cerebral adquirida no apartamento pago com dinheiro público e que ele usava para “comer gente”. Muito menos com o pateta chorão, investigado por gestão fraudulenta de fundos de pensão ou com o mouro que é bandido a serviço de bandidos. Esse lixo que está aí só a pauladas. Enquanto os prejudicados não perceberem isto, vão ser enrabados até a morte. Acho que muitos deles gostam. Que nojo!

  9. Essa reforma tem um propósito claro, aumentar a idade mínima para 65 anos, algo que por si só seria considerado uma aberração numa nação que homens e mulheres após os 40 anos são considerados inaptos para o trabalho, jovens não encontram emprego e que em boa parte dos bairros brasileiros a população nem sonha em chegar a essa idade.

    Todo o resto é mera cortina de fumaça.

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