Trump leva mercados a “Dia da Carniça”

O anúncio de Donald Trump de que fechou as “fronteiras aéreas” entre Estados Unidos e a Europa – empurrou ladeira abaixo os mercados internacionais, que estão descendo hoje mais um degrau rumo ao inferno.

As bolsas europeias caem em torno de 6%, arrastadas ao níveis de três ou quatro anos; o premarket americano repete a dose de ontem e cai na faixa de 5% e, por aqui, certamente a Bolsa baixará forte, com o “mercado” já esperando o terceiro “circuit brake” e perdendo de vez a casa dos 80 mil pontos. Apenas para registrar: o “distante” 23 de janeiro – quando esta crise começou – ela ostentava gloriosos 120 mil pontos, um tico a menos. Para ser exato, 119.527 pontos.

O ato de Trump é nitidamente político e a maior prova foi a forma encontrada para deixar de fora os “primos” britânicos, tão atingidos pelo coronavírus quanto os europeus continentais. Valeu-se de um truque, proibindo a realização de voos de e para a Zona Schengen, que é o tratado de livre circulação da Zona do Euro e reúne 27 países.

Estão vetados nos EUA: Áustria, Bélgica, República Tcheca, Dinamarca, Estônia, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Islândia, Itália , Letônia, Liechtenstein, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Holanda, Noruega, Polônia, Portugal, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Suécia e Suíça.

Ações das petroleiras, empresas aéreas e de turismo vão exibir, no final do dia, perdas acumuladas de perto de 50% dos recordes recentes.

Aqui, voltaremos a queimar reservas cambiais para conseguir alguns minutos de controle sobre o dólar, nada além.

E, como nos versos do pernambucano Ascenso Ferreira, “Pra quê? Pra nada”. Porque o número e a disseminação dos casos já registrados nos Estados Unidos (que não testou quase nada, por atrasos na qualidade e quantidades de kits de diagnóstico) torna uma gota d’água no oceano a proibição dos voos, se efetivamente controlados os passageiros.

O mundo se preparava para uma abordagem mais racional para o coronavírus, mas Trump, de olho nas eleições, atirou um balde de gasolina na fogueira e politizou escancaradamente o que é uma questão sanitária e econômica.

E isso é um tiro que pede para sair pela culatra.

Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on whatsapp
WhatsApp
Share on email
Email

12 respostas

  1. ATENÇÃO! Para evitar contaminação com o corona vírus, deve-se evitar contacto com pessoas que se aglomeram porque elas se tornam vetores. Não se deve chegar perto de evangélicos porque eles se aglomeram e se tocam nas suas igrejas e se julgam incontamináveis porque o senhor jesus jamais permitiria que elas fiquem doentes (salvo se cometerem o pecado da concupiscência ou deixarem de pagar o dízimo). Como sabemos que a sua vulnerabilidade é igual a de todos nós, devemos evitar os evangélicos por nossa proteção e para não ajudar a disseminar a doença.

    1. Voos da Europa para o Canadá e o México lotados em 5,4,3,2,1…ou ele irá fechar as fronteiras com estes dois países?

  2. O efeito econômico e a cobertura da globo é vergonhosa. Sempre mostra gráficos da ciranda com dados dados de sobe e desce com percentagem. Vergonhosamente e tendenciosamente não mostram gráficos indicando a queda de 120.000 mil pontos para 80.000 pontos.

  3. O grande mistério do universo é como as empresas americanas de shale oil ainda se mantêm operando.

  4. Os Estados Unidos precisam desesperadamente financiar o seu crescente deficit fiscal. Nada melhor do criar pânico. Ferrar com a Europa e a China é uma receita óbvia para tornar a América um porto seguro ideal.

  5. Já disse e repito: não temos o privilégio exclusivo de ter um asno na presidência, bem antes de nós os americanos elegeram um, do mesmo nível asinino.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *