Peço licença aos leitores para tratar de algo que me envolve pessoalmente, mas num blog, onde inevitavelmente a relação entre autor e leitor acaba por ser algo pessoal, julgo ser indispensável que o faça aqui, diante de todos, embora constrangido por falar na primeira pessoa.
Desde o início do ano já me decidira a sair do Ministério do Trabalho, onde era Chefe de Gabinete de Brizola Neto. O desgaste político já era imenso e, na longa vida, aprende-se que o afastamento é um imperativo para que as relações, de qualquer espécie, não envenenem e maculem o respeito, a consideração e a amizade pessoal.
Afinal, ele é alguém que vi passar, sob meus olhos, de um pequeno menino a um homem adulto, com ideias políticas que não lhe reduzem Brizola a um sobrenome.
Impediu-me de fazê-lo logo um infortúnio de saúde, que acabou por me colocar “de molho” e a cateterismos cardíacos. Assim que voltei, cuidei de minha demissão. Infelizmente, e pressentir não é saber, ela viria a ser publicada apenas dois dias antes de que o próprio Brizola Neto fosse, também, apeado do Ministério.
A carta que publico a seguir, pronta desde antes disso, ficou guardada a pedido dele. De fato, não me cabia assumir uma postura pessoal que contrastasse com o silêncio a que ele próprio se obrigou, em nome de sua lealdade ao governo e ao projeto de mudança deste país.
Agora, porém, preciso deixar claro o que penso e porque me mantenho em silêncio sobre os acontecimentos envolvendo o PDT e o Ministério do Trabalho.
Por minha única e exclusiva decisão, creio necessário agora enviá-la e dela dar conhecimento aos meus amigos, inclusive os que me honram com a leitura deste Tijolaço. Talvez os medíocres e os idiotas creiam que o faço por Brizola Neto. Os que me conhecem sabem que, com o neto ou com o velho Leonel, só falo aquilo que eu próprio penso.
Tenho ficado e ficarei ausente deste assunto, em obséquio da isenção que procuro ter: não na política, mas no campo pessoal, onde não me movem ódios ou rancores, mas escolhas e opções.
Envio hoje, ainda com a mesma data em que foi escrita, a carta que transcrevo abaixo.
A Executiva Nacional do PDT,
Há exatos 30 anos, Leonel Brizola tomava posse como Governador do Rio de Janeiro. Era o início do fim da ditadura que, 18 anos antes, derrubara o Governo trabalhista de João Goulart.
Uma geração de jovens começava a compreender, ali o significado transformador do trabalhismo, ao qual nossas elites torciam os seus narizes udenistas.
Eu era um deles, vindo da militância sombria e triste da “esquerda convencional”, flutuando, maravilhado, no caudal popular daquilo que viriamos a chamar de “o processo social”.
Tive a sorte e o orgulho de ter estado presente em cada dia desta trajetória, das pequenas reuniões com eleitores, quando os 2% do Ibope teimavam em negar a paixão que Brizola despertara no Rio de Janeiro, até a tarde-noite dolorosa de sua morte, no Hospital São Lucas.(*)
Com ele, tive a oportunidade de viver a História de meu país: no fim da ditadura, na campanha das diretas, nos enfrentamentos difíceis contra a farsa do Cruzado e da violência urbana e do seu permanente e corajoso enfrentamento com o império Globo.
Palmilhei, com ele, este país em 1989 e vi sua grandeza, ao ser-lhe tomada a chance de travar a grande luta de sua vida, de formar ao lado de Lula, transferindo-lhe o bastão eleitoral ali e, sobretudo, todos os milhões de votos que havia recebido.
De igual forma, quando o oportunismo e as deformações políticas daqueles que Brizola havia tirado do nada para postos de Governo e projeção política começaram a descarnar o PDT, permaneci com ele. Não por um “brizolismo” subalterno ao “chefe”, mas porque aqueles movimentos iam na direção em que, basta olhar onde estão hoje seus líderes, na direção do conservadorismo e da fisiologia política.
Por tudo isso, sinto-me obrigado dividir com vocês a tristeza e a repugnância em ver o nome Brizola, na figura de seu neto, sendo mastigado e devorado por aqueles a quem caberia, na direção do PDT, tratar não apenas com respeito pessoal, mas até mesmo com carinho e zelo o mais destacado entre os descendentes do grande líder que escolheram a política.
Brizola Neto não está sendo derrubado do Ministério do Trabalho por denúncias de irregularidades. Nem pelos deméritos que possa ter – e os teve – sua gestão, marcada, desde o início, pelo isolamento que as cúpulas partidárias e parlamentares lhe impuseram. Não sugeriram políticas, não ofereceram apoio, nem mesmo diálogo. Diziam que ele não representava o PDT, mesmo sendo neto e colaborador de Leonel Brizola .
Alguns chegavam a babujar de ódio, mas conservaram todas as posições obtidas no Ministério do Trabalho. Brizola Neto não os representava, mas os seus afilhados eram intocáveis e ai dele se os substituísse.
Por isso, as políticas que queríamos e poderíamos implementar morriam à míngua de um massacre que não se podia romper, sem que isso afetasse gravemente a base de sustentação ao governo que integrávamos. E por nada o faríamos, pelo que ele representa para o povo brasileiro.
Mas isso ainda era pouco. Era preciso pressionar e constranger a Presidenta da República, que tinha cometido a suprema heresia de escolhe-lo Ministro. E o método para isso foi cortejar pretensos candidatos de oposição ao governo, mesmo que este seja o primeiro governo que, meio século depois de Goulart, tenha voltado a elevar salários e defender o patrimônio nacional.
Foi para servir a um projeto assim que dediquei toda minha vida adulta.
Não, certamente, para servir-me disso. Por isso, deixei o cargo de Chefe de Gabinete do Ministério. Não estava ali por conveniência, mas por colaboração e não há em que pudesse continuar a colaborar, senão numa luta que destrói o PDT e esvazia o Ministério mais ligado ao trabalhador.
Saio de cabeça erguida, serena, não tendo praticado um gesto que desonre as boas práticas administrativas, políticas e éticas. A ninguém persegui ou desrespeitei, a nenhum companheiro e a nenhum servidor. Se acaso, a algum, por sobrecarga de trabalho, dei menos atenção do que deveria, peço que o releve.
Dói, depois de mais de 30 anos de militância, mas devo dizer não pertenço a um PDT que constrange, humilha e chantageia politicamente a ninguém, menos ainda a um Brizola.
Sou de outro PDT, aquele da rebeldia, do despojamento, dos que abrem mão de tudo, menos da honra e da dignidade e, jamais, do amor primordial ao Brasil e ao povo brasileiro.
Deste PDT obscuro, mesquinho, indigno, agarrado a poderes pessoais e grupistas, com meios que abomino, eu hoje me desfilio, por meio desta carta.
Deste, mas não daquele que foi o meu partido de 30 anos e continuará a ser para sempre: o PDT do trabalhismo, do brizolismo transbordante de paixão, da convicção de que o nacional e o popular jamais se separam e de que é o povo brasileiro a origem e a fonte de toda a riqueza e que dele devem ser, por isso, todos os frutos do trabalho e da natureza deste país magnífico.
Aos que ficam, desejo que consigam evitar que estas três letras tenham de ser rasgadas amanhã, como há décadas teve Brizola de fazer com a sigla PTB, porque delas se adonaram pessoas que, vindo das mesmas origens políticas, passaram, por conveniência, a viver do golpismo e, em nome de poder e posições, a cortejar os inimigos do povo brasileiro.
Os trinta e dois anos que passei sob essa bandeira só me deixam orgulho. Sobretudo o de, enquanto Brizola viveu, integrar a direção do partido que sob ela se reuniu. Três décadas me separam do rapaz que se lançou nessa fantástica aventura e, nelas, não recordo de um único arrependimento essencial.
A vida partidária deu-me muito: a coerência e o privilégio de ter vivido, ao lado de figura tão grande, as lutas do povo ao qual pertenço.
Brizola vive, sim, mas não em slogans e invocações vazias. Vive em gestos, em amor ao povo brasileiro e numa atitude de nunca fazer política para sua conveniência, mas pelo Brasil.
Vive na memória dos que não vão desistir nunca, senão quando este povo for livre e feliz.
Brasília, 12 de março de 2013
Fernando Brito
(*)Retificado, porque errei o nome do hospital e um amigo me corrige. Obra do tempo…
64 respostas
Fernando,
Meus parabéns efusivos pelo seu trabalho desenvolvido. Suas palavras demonstram idealismo e vontade sincera de fazer da Política algo transformador para o povo desprivilegiado, sem interesses mesquinhos.
Estenda esses parabéns ao Brizola Neto, político que admiro muito.
Aproveito para perguntar, se você puder tornar isto público, se você se filiou a outro partido. E dê notícias do Brizola Neto, ok.
Sua luta é indispensável. Abraço.
Não, e nem pretendo tão cedo.
Pois deveria!
Sei que, tal como o PDT, o PT precisa sofrer um expurgo para expulsar a escumalha que se instalou nele e, durante o processo, trazer gente boa pra dentro. Por que não tentar? Tenho certeza de que o PT o receberia de braços abertos.
Reflita, Fernando, reflita.
Um abraço.
é isso brito.essas figuras que se infiltraram no partido ,assistimos hoje a que propósito o fizeram. essas pessoas não vivem ao lado da honestidade acha vista ter sido pegos roubando dinheiro publico .novamente no mesmo lugar de onde tinham sido afastados .tentaram usar o nome brizola como escudo para seus desvios morais (.sinto orgulho do brizola neto de quem sou eleitor ,como era do outro .heroico brizola.) não conseguiram.o governo dilma deve um pedido de desculpas publica a familia brizola e seus eleitores.por trazer de volta essa quadrilha que desonra o nome de um grande partido politico
Tive o privilégio de conhecer pessoalmente, em minha modesta militância partidária – no antigo PDT – o imenso Leonel Brizola. Estive em seu velório no Palácio Guanabara onde, junto com centenas de partidários, pude reverenciar sua memória. Um feliz acaso me encontrou, um ano depois, em Porto Alegre – orgulho-me de meu sangue gaúcho – e assisti a Missa em homenagem ao grande brasileiro. O Tijolaço é o verdadeiro PDT que conheci, está em honestas e combativas mãos.
Coincidência ou não, no site http://www.sul21.com.br/jornal/todas-as-noticias/geral/organizadores-do-partido-de-paulinho-da-forca-esperam-contar-com-30-deputados/ aparecem os que se adonaram do partido para sua própria satisfação. Jorge Alberto Mendes Ribeiro já dizia que a Força Sindical era um sindicado pelego por ter sido criado pela Fiesp para fazer frente a CUT, tanto que o Medeiros fazia viagens para as arábias por conta dos empresários. Agora esses sujeitos da foto se dizem trabalhistas, mas são infiltrados que irão atender outros “interésses” e não os da Republica.
Pior é que está indo pra ser mais um partido de aluguel, se já não é.
Companheiro Fernando Brito, você será acolhido com convicção e carinho no Partido dos Trabalhadores. O PT também se vê em encruzilhadas cruciantes e precisa de pessoas com seu perfil para ajuda-lo a reencontrar o rumo. Seja bem-vindo!
Meus cumprimentos a Brizola Neto, e meu lamento pelo que está acontecendo com o PDT do Grande patriota brasileiro, Leonel Brizola. Desejo que Neto também encontre seu caminho e com certeza será bem acolhido no PT.
A desconstrução da Política como meio de encaminhar e resolver conflitos agrada o “Patronato”. Destruir essa ferramenta civilizatória remete ao período da escravidão. Por isso Brizola, Lula e outros são combatidos, obstruídos, caçados pelo “Patriciado” a serviço do Patronato.
A perda da sigla PTB para Ivete Vargas, foi mais um golpe do Patronato contra Brizola. Equivaleria a tirar o “PT” de Lula.
Da sede na rua Sete de Setembro no Rio, Brizola tenta erguer seu PDT. 1964 tinha passado, mas a perseguição foi ampliada, pois agora não haviam os apoios do início dos anos 1960.
Sobraram seus companheiros de quase 20 anos atrás, mas o Brasil já estava dominado por uma elite mais perversa até que a do Império.
Por um lado essa nova elite é “burra” por não perceber o país que tem nas mãos. E por outro esse Patronato nos traí por entregar nossas riquezas para as nações piratas de sempre.
Lamento profundamente que o Partido tenha chegado a este ponto. A memória de Leonel de Moura Brizola não merece mais essa desconstrução do seu PDT.
Parabéns pela coragem! Gostaria de dizer que aqui no Maranhão, após a morte de Jacson Lago que foi muito difamado pelos grupos que mandam por aqui, então acabou-se o PDT, na verdade ele é mais uma ala do PSDB, aliou-se ao Castelo e continuam juntos até hoje. Uma opinião que tenho é que pessoas como vocês não podem ficar de fora da política, senão os corjas tomam de conta.
Parabens.
Vida que segue, Fernando Brito e Brizola Neto. As decepções e amarguras da vida política melhor formam o caráter de pessoas ou as deformam para sempre, fortunadamente, dos embates em que estiveram presentes, saíram ambos maiores e ouso dizer, melhores. Um forte e solidário abraço aos dois.
Sinto muito por essa dolorosa experiência. Sem oportunismos ou falta de respeito à sua dor, gostaria de dizer que, como petista, teria o maior orgulho de tê-los ao nosso lado, assim como já temos alguns ex-companheiros seus, os quais aqui no RS preferiram deixar o PDT e entrar no PT, compelidos pela repulsa de conviver com uma meia dúzia de oportunistas e aliados da direita que tenta adonar-se do partido por aqui. Causa tamanho constrangimento ver uma figura honrada como Carlos Araújo ter que submeter-se a um verdadeiro martírio para voltar a militar no PDT, sabendo que tais lambe-botas da direita não serviriam sequer para limpar os seus sapatos.
É Brito!!! Eu fui eleitor assíduo de Brizola e do PDT, não fui filiado, mas eu tinha uma paixão que não tem como explicar pelo PDT e por Brizola. Nunca nos anos em que Brizola viveu deixei de acreditar. Eu adorava ver o PDT e os pronunciamento do líder, eu parava em frente à TV para assistir, minha mulher dizia que eu era fanático por Brizola, mas eu acreditava que só ele dava jeito. Quando Darcy Ribeiro perdeu a eleição foi a maior frustração, eu ficava em frente ao rádio na Roquete Pinto ouvindo os lamentos de todos que votava em Brizola e no PDT. Eu era maravilhado pelo símbolo do PDT, o Socialismo. Mas quando um político que disputou a eleição de 82 com Brizola e estava do lado de lá, entrou para o partido, eu fiquei com o pulga atrás da orelha. O PDT era um trampolim para políticos desacreditados e carregava a “bandeira da mudança”, ali que começou. Brizola era um político teimoso. Nunca o conheci, mas sei que era. Hoje eu não voto mais no PDT em ninguém do partido. O PDT guinou para direita dês de Jefferson Peres, hoje, tem uma turma que não é digna do partido, a começar pelo presidente. Estou com você!!! é uma grande pena. Não acredito em espirito ou em vida após morte, mas se eu acreditasse, eu tinha certeza que nosso Brizola não está nada satisfeito.
Serás bem-vindo ao nosso PT Fernando.
É triste dizer isso, mas o PDT não é mais um partido “votável”. Sinto-me órfão.
Vou de PT por exclusão…
Fernando, a minha solidariedade. Tenho um respeito enorme e profundo pelo legado verdadeiro de Leonel Brizola, um homem que amava o Brasil, em palavras e atos. Eu adorava ouvir os seus longos discursos e a sua fala sobre “as perdas internacionais”. Ficava de mutuca esperado. E ele não decepcionava, jamais! Quando ele morreu foi assim como se fosse um parente muito querido. Você tem razão, o PDT oficial hoje não honra o nome de Leonel Brizola. Lamentavelmente.
Prezado Fernando Brito. Tenho o Tijolaço como um dos blogs de minha lista de consultas assim como tenho o Brizola (o Leonel, mas também o Neto) como um dos políticos mais sérios que este país já teve. Que saudades. E olhe que não sou PDTista e sim simpatizante do PC do B. Como eleitor do Lula que fui 3 vezes cheguei até a pensar se este país não seria diferente com o Brizola Presidente enfrentando o poderio dos Marinho, cuja empresa me recuso até a citar o nome, tal escárnio e aversão que tenho pela sua prática jornalística canhestra. Parabéns a você e ao Brizola Neto. Vocês honram a história do PDT e agora está explicado porque um grande nome como Brizola Neto passou em branco pelo Ministério, que pena. Mas o tempo nos faz mais fortes. Não desistam e continuem na militância, com honra e retidão que sempre demonstrou nosso grande Leonel Brizola.
Parabéns pela coerência e fidelidade aos princípios que norteiam a boa política.
Fernando,
Como leitor fanático do Tijolaço e eleitor assíduo e orgulhoso do Brizola Neto, recebi hoje a notícia de que o nosso deputado estaria de mudança para o PR do Garotinho. Apesar do meu ceticismo inicial (a notícia estava estampada em um jornal gratuito distribuído nas Barcas, com forte influência do Garotinho), agora me apavora a idéia dessa mudança radical de ares. Será que o Brizola Neto irá mesmo dividir os palanques e os votos com o grupo do Garotinho? Logo ele que, além de tudo o mais, é um dos mais raivosos opositores do governo Dilma? Por favor, me diga que isso não é nada mais do que um boato (e um particularmente terrível).
Abraços,
Luiz Fernando
Nunca ouvi – ainda bem – falar disso
Fernando, você me tranquiliza com essa resposta. Obrigado e parabéns por esse espaço magnífico e fundamental!
Velho Rapaz, eu, emocionado, lhe aplaudo de pé!!!!
Leonel Brizola foi um dos estadistas, um dos políticos pelos quais sempre tive admiração! Por não ter sido morno nem frio, mas quente. Enfrentou as piores consequências de amar o povo, o Brasil, o RJ e o RS… Esse cara merece respeito dos brasileiros! Desejo àqueles que não estão se sentindo bem com o desmonte do partido que sigam a presidente Dilma…
Ao Fernando, digo: você escolheu o melhor lado, o lado do trabalhador… E o Brasil admira aqueles que fizeram e fazem o melhor pelo trabalhador…
Infelizmente todos estão vendo a descaracterização do PDT, cujo sobrenome e pensamento era BRIZOLA, no qual eu como mineiro, tive a oportunidade de votar 2 vezes no Brizola para presidente.Só votei no Lula no 2º turno das eleições em que Brizola concorreu. Hoje voto no PT porque ele representa a unica opção de continuarmos lutando por um Brasil mais justo. O PDT de hoje não tem mais politicos com pensamentos trabalhistas e está cheio de oportunistas.
Brizola Neto uma nova estrela do PT, brilhante
Minha admiração pelo PDT caiu enormemente depois da chegada de Cristovam Buarque – um dos meus ídolos de final de adolescência e início de fase adulta aqui no Distrito Federal (e que se rendeu à bajulação da mídia marrom, em especial do jornal Globo e do imor(t)al Merval Pereira), bem como pela perseguição e queda de Brizola Neto.
Saudades do baixinho brigão e patriota que era Leonel Brizola, homem valente e de honradez retilínea!
Parabéns, pelas palavras corajosas.
A luta continua.
O Brasil precisa de pessoas como você.
Abraços.
PARABENS, FB”, infelizmente esta é a luta dentro de qualquer agrupamento, sociedade ou mesmo partido politico, dentro do atual estágio cultural,social e politico do Brasil..,!!! Agora, sou de SC, e nao surpreende quem conhecia o cabra que assumiu …..
Minha solidariedade e minha admiração, Fernando.
Um forte abraço
Fernando
Sempre votei nos candidatos do PDT. Quando não era possivel, votava com o PT.
Entendo que este é o teu caminho natural.
Abraços
PARABÉNS Fernando Brito; e também aos colegas leitores.
heli Fonseca de MARATAÍZES (ES).
Nossa vida é feita de sabores e dissabores, nos cabe ter a serenidade de entender e refletir sobre os erros e falta da boa prática política, não vivi minha história de militância no PDT, mas resolvi ler o seu texto e deixo aqui uma saudação e o meu desejo de boa caminhada para ti.
Meu xará, belo exemplo de quem continua a ser líder e a grande homenagem, talvez não percebida, ao grande estadista que foi o Brizola e continuará neste seu neto jovem e com apoio de todos que conheceram a verdadeira luta.
Brilhante
Abç
fernando Graça
CONGRATULO-ME com o jornalista Fernando Brito pela cooperação que prestou ao ministro Brizola Neto, quando este exercia mandato de deputado federal e a condição de ministro do Trabalho. Li o depoimento, mas para clarear melhor a questão seria preciso algo semelhante do próprio ex-ministro Brizola Neto e que nos debrucemos também sobre dois fatos igualmente importantes: 1. A tentativa do governo de derrubar no fim de 2012 o líder da bancada pedetista, deputado André Figueiredo, que acabou aclamado; 2. As ingerências do governo na disputa interna do PDT, via Carlos Araújo (que não estava refiliado à legenda), com articulações que por serem tão negativas deram em nada. Finalmente, posto aí um vídeo – radiolegalidade.com.br/?p=2360 – no qual é possível verificar a posição que adotei após a posse de Brizola Neto como ministro, postura que mantive até aflorar o primeiro desses dois episódios que relatei anteriormente.
Caro Fernando Brito.
Descobri seu TIJOLAÇO a pouco mais de 2 meses, e, não canso de chorar ao ler a maioria dos seus
textos. A eterna lembrança dos nossos verdadeiros PATRIOTAS Brizola e Darcy me comovem. E pensar
que êles foram desconstruidos pela mídia.
Parabéns pelo seu discernimento e patriotismo, conte comigo.
Ozias.
Texto muito esclarecedor, mas não me surpreendeu, principalmente pelo “silêncio” no Neto nesse tempo todo.
Cabe ressaltar que também tenho muito orgulho do “velho” PDT, para o qual fui fiscal de partido na eleição vitoriosa de 1982.
Brizola vive!
Um PDT com Paulinho da força, Pedro Taxi, não tem nada á ver com o trabalhismo.
RESISTIR no PDT é PRECISO!….., a luta deve ser interna…. DEBANDAR facilita a vida de quem o PDT comanda hoje….
Nivaldo, não debandei. Debandado teria se abandonasse a luta trabalhista, o que não desejo fazer um só instante. Mas há a hora de dizer “não, basta!”. Eu assumo esta luta todos os dias, aqui, com grande respeito e consideração pelos que me lêem. Devo a eles um explicação sobre o meu “não-falar” sobre isso. O que é ética não pode ser confundido com covardia,conveniência ou cumplicidade. Assim, peço que os que ficam, lutem, porque eu , de fora, lutarei. Considero-me, voluntariamente, num “exílio” partidário. Quem sabe a democracia possa, um dia, me levar de volta ao meu lugar? Grande abraço.
Lamentável ver a que chegou o PDT.
Já era sabido com a “atuação” de Lupi e Paulinho, entre outros.
Aqui no RS o PDT também foi assaltado pelo fisiologismo, para dizer pouco, de alguns políticos podres.
Nada mais resta das posições de LEONEL BRIZOLA.
O PDT “virou o fio” como dizemos aqui.
Quando perdemos Brizola perdemos o PDT.
Tristes dias, ou Dias ?
Brito.
Você me faz voltar aos idos de 60. “Vivi” 24 horas por dia da Campanha da Legalidade. Meu rádio de ondas curtas estava permanentemente ligado á Rádio Guaíba. Fiz parte (levemente) dos “grupos dos onze”. Lamentei com lágrimas a saída do grande Brizola desta vida de homem honrado para entrar, pela porta da morte, na historia do brasil. Não é por nada mas há no Brasil algum político que tenha governado um estado que não era o seu de nascimento por duas vezes? Foi Governador do seu estado, enfrentou a ditadura, enfrentou o dragão globo e morreu com honras de grande Brasileiro.
No meu coração o Brizola vive e viverá até o fim dos meus dias.
Abraços.
Fernando,
Muito bonita esta sua gratidão e culto ao querido e saudoso Brizola. Juntamente com Darcy e Jango, os grandes políticos que este país teve.
Você tomou uma atitude de gente digna. Se afaste destes canalhas oportunistas; deste lixo que impregna a política do Brasil. Como disse Darcy: “Perdi todas as batlhas a que me propus, mas odiaria estar ao lado de quem as venceu.”.
Tens minha admiração, Fernando.
P.s. seu blog é o número um de minha lista.
Parabéns, Fernando Brito. Conte com a minha solidariedade e a de quantos te acompanham em teu brilhante trabalho com o velho Leonel Brizola e com o jovem e competente Brizola Neto.
Tua carta transborda dignidade e amor ao Brasil, duas das maiores carências na política brasileira atual, especialmente enxovalhada por uma mídia mercenária e irresponsável, a serviço do retrocesso, da imobilidade e da exclusão sociais. A serviço de elites preconceituosas que nunca tiveram e não admitem um projeto de nação, de um Brasil bom para todos os brasileiros, não apenas para os privilegiados de sempre.
Já sem filiação partidária há quase duas décadas, mas firme no apoio ao projeto que Lula iniciou e Dilma prossegue, concluo concordando que parece muito difícil a manutenção do PDT com os altos desígnios que inspiraram sua criação por Brizola e aquele grupo de valorosos brasileiros em 1979. Você e muita gente de valor terão de considerar alternativas, que não são muitas.
Um forte abraço do leitor e admirador Mario Madureira – Porto Alegre
Eu imaginava algo assim desde o inicio…
Lamentei em 2010 não poder votar em Brizola Neto. Sou eleitor do DF.
Aqui, os candidatos do PDT não me apetecem.
Cresci ouvindo a mídia falar mal de Brizola, lendo a (perdão) veja e já se sabe o que saia de lá sobre o velho.
É uma pena o que você relata, mas não é novidade para quem acompanha, de alguma forma, o PDT nos últimos anos.
Nunca entendi quando soube que Paulinho estava no PDT. Achei estranho. Não cabia. Assim como outras figuras que surgiram depois.
Triste e tomara que Brizola Neto consiga retomar o partido, mas, neste momento, parece impossível.
O Tijolaço é um dos meus favoritos, de leitura diária.
Abraços e força, Fernando!
Brito, há muito tempo o PDT deixou de ser partido de Leonel Brizola. Mantinha simpatia pelo partido por sua origem brizolista e pelo fato de Brizola Neto, que honra seu avô, e o senhor terem permanecido nele.
Um dia veremos um Brizola com a mesma coragem e mesmo ideais do avô na presidência da república.
Querido Brito,
Ainda, estamos por aqui. Cada um de nós em seu campo de vida e atuação. Somos, com expressiva forma, a continuidade do que vivemos e aprendemos, também, com o velho líder – O digno Leonel Brizola.
Tenho muita tristeza por nossos silêncios, ao invés de novas parcerias na luta a ser travada com opositores aos direitos do povo. O que nos constituiu e formou nossa trajetória cidadã, o oxigênio a nos avivar e nos apontar escolhas.
A sigla do PDT está um balcão de negócios inescrupulosos, pequenos, individuais, açodados. O que nunca foi para nós nem para o Briza. Hoje escrevi sobre esse vergonhoso passo a passo. Vai lá. Beijo carinhoso. Maysa
Tirando a limpo o TST!
As pessoas são honradas demais no momento. No momento em que aquela mulher Vargas perdeu o PDT, não que ela fosse grande coisa, já sabia no que ia dar. Aqui em SP, a propaganda e esta: O único partido que tem história para contar. Sinceramente, nos meus setenta anos, já muita coisa e também muita, mas muita mesmo, traição. Lembram-se do discurso do Goulart, alias, o ultimo? Bonitas palavras, mas não funcionou.
Fui procurar a matéria original, que teria sido publicada pelo Huffpost (eu leio esse blog vez por outra), pois achei demasiado os americanos estarem fazendo comentários de apoio à Dilma… Pois bem, a matéria não existe. As matérias sobre a Dilma e o Brasil nada tem a que ver…
O post do Tijolaço tem todo o jeito de ser uma notícia plantada… Clicando no link que está indicado na matéria a página não abre… acho desnecessário algo assim.
Isso mesmo Dilma, mostrou atitude lá fora agora só falta mostrar atitude aqui dentro…
Vou ser repetitivo: mais um brilhante artigo do PML. O STF é o ninho dos conservadores da direita. è o reduto das viúvas da ditadura. JB é o Feitor da Casa Grande. Não perdôo o Frei Beto por indicar essa pústula ao Lula.
MATOU A PAU, ou DEAD ON HOOD . . . . .
Parabéns pela sua decisão. Era o que se podia esperar de um verdadeiro seguidor de Brizola. O texta e a carta estão perfeitos. Um abraço a você e a Brizolinha, que, imagino, pense e sofra igualmente.
As margens do espelho d’agua – independência ou complexo de vira- lata. Bingo!
Isso mesmo Dilma, mostrou atitude lá fora agora só falta mostrar atitude aqui dentro…
A urubolagem de Miriam Leitão, Sardenberg e outros, sedentos da carniça econômica, vai ficando para trás.
Fernando Brito.
Parabéns pela carta. São palavras profundas que expressam não somente o teu sentimento em relação ao PDT, mas os de milhares espalhados pelo Brasil – inclusive nós gaúchos.
Lamento tua desfiliação, apesar de compreendê-la. Mas filiar-se à outra sigla – se isso vir a acontencer – permita-me discordar, assim como à outros.
O PDT não é “hotel de trânsito” como muitos partidos no Brasil e, novamente me perdoem os outros, incluo o PT.
O PDT foi um partido que nasceu grande por reunir o maior grupo de pessoas comprometidas e APAIXONADAS pelo Brasil. Não fomos apenas rebeldes “com causa”, mas sim defensores da pátria e da justiça como ninguém jamais foi na história desse país. Enfrentamos lutas nacionais infinitamente maiores que a interna, que hoje nos esmaga. É por essa revolta, e em nome de toda a grande história que criamos, que não podemos apenas nos tornarmos uma “lenda nacional”. O sangue de Brizola ainda corre em nossas veias, e tenho certeza, que se tivessem tomado de assalto o partido enquanto ele fosse vivo, ELE mesmo teria brigado até o fim de sua vida para tomá-lo de volta. E é isso que devemos fazer, e é isso que farei. Lupi é “ficha” perto da Globo. E penso que todos, de uma forma ou outra, estando ou não filiados por mera formalidade, devem fazer o mesmo.
Uma vez PDT, SEMPRE PDT. Tenho convicção e esperança que mesmo não estando mais filiado, tu continuará peleando para que o partido volte ao seu eixo. E depois vamos comemorar tua filiação novamente.
Um grande, e fraterno abraço! – Lucas Malheiros, Santa Cruz do Sul-RS.
Parabéns Fernando!
Como Gaucha sinto orgulho do seu trabalho, transparência,lealdade e sabedoria!!! Desejo que este novo caminho seja de muita Luz…Abr. Marlene
Rio de Janeiro, ano de 1982, ano de grande efervescência política e vibração cidadã que se estenderia até o ano de 1986. Nas ruas, praças, bares, universidades, enfim, em todos os lugares, se vivia e respirava política com paixão.
Neste cenário, a negra sombra do povo se sublevava contra o brilho do poder, e, assim, com ideais libertários participei de quase tudo, comícios com dezenas de milhares de pessoas na Candelária, na Cinelândia, no Largo da Carioca; “pajelança” no Maracanãzinho; carreatas nos bairros periféricos; enfrentamentos de rua com aqueles que se opunham, raivosamente, contra a construção dos Centros Integrados de Educação Pública, concebidos pelo professor Darci Ribeiro; campanha de peito aberto pelos direitos das minorias – lei Caó, monumento a Zumbi dos Palmares, o respeito aos cidadãos pelo aparelho policial de Estado, o direito de gratuidade aos estudantes e idosos no transporte público, o direito prioritário dos idosos nas filas -, enfim, tudo que nos foi negado durante décadas.
Deste período vibrante de política na rua, guardo para sempre o aperto de mão com Luis Carlos Prestes, Leonel Brizola, Darci Ribeiro e gente e mais gente de mãos calejadas e limpas pela própria existência das suas vidas honradas.
O tempo pouco a pouco foi levando estes lobos sem coleira. E o povo em homenagem a essas vidas, a essa vitalidade, em cortejo a pé, ombro a ombro, de uma maneira que não se faz mais, cantando o hino nacional e o hino da independência, com lenços brancos pelo trajeto, caminhando lentamente horas a fio desde a assembleia legislativa no centro da cidade até o cemitério na zona sul levou Prestes e Darci, e, do Palácio Guanabara até ao aeroporto Santos Dumont, Brizola. Lá, a multidão, em silêncio, só se dispersou quando o jatinho que o levaria para o Rio Grande do Sul foi ficando um pontinho invisível no horizonte. A sensação era de vazio.
Sabiam que não veriam mais homens públicos daquela têmpera. Não se faz a mesma conscientização social duas vezes.
Barberena
Não tive a honra de conhecê-lo pessoalmente. Nem a ti nem ao governador Brizola. Mas o acompanho desde a época em que o “elegemos” (*) contra tudo e contra todos. E ainda assim, sem ter tido a oportunidade de conversar contigo, sua imagem e sua voz – além de algo que transcende isso – bastam para que o saiba honrado defensor de um Brasil que supera a condição de terra explorada, colonizada como tantos outras mundo afora, para servir de plataforma de acumulação externa.
Parabéns pela luta. Sou leitor habitual de sua ótima coluna eletrônica. Tijolaço por Tijolaço. Construção.
(*) – As aspas, esclareço, devem-se ao singular fato de haver votado no Lisâneas Maciel, mas torcido por Brizola. Repensando a história, creio que nem tão singular talvez tenha sido o meu voto: não terão sido tão poucos os que apoiaram o Lisâneas, sabendo-o inviável eleitoralmente, e tinham parte do coração voltado para a vitória brizolista. Não fui o único, possivelmente. Esquizofrenia eleitoral? Pode até ser. Depois me “curei”, fui de Brizola enquanto pude. Lula, quando não mais possível o velho.
O PT está esperando os Socialistas/Trabalhistas do PDT.