Cumpriu-se, na noite de ontem, o que era evidente e foi noticiado neste blog um dia antes.
As vacinas previstas para este mês de abril serão apenas a metade do último cronograma previsto pelo Ministério da Saúde.
25,5 milhões de doses que, perto do que foi anunciado por Eduardo Pazuello, há 15 dias, não são 40% do total.
Mas a demagogia não cessa.
Agora anunciam que policiais e demais forças de segurança entram nas prioridades, assim como os profissionais de educação.
É evidente que as doses disponíveis não chegam, mas prefeituras continuam anunciando vacinação de gente de cada vez menos idade, sem nenhum controle de cobertura imunológica.
Adotam esquemas de vacinação que obviamente não darão certo, com um dia de vacinação para pessoas de 62, 63 anos, que representam um número imensamente maior que os de 70, 71 anos, que estão recebendo a vacina agora.
É compreensível a dificuldade de obter vacinas – aquelas que dizem que a iniciativa privada conseguiria num estalar de dedos – mas não é compreensível que se anuncie que tudo está bem com base de previsões oníricas de que o imunizante estaria mesmo disponível.
Em 70 dias de vacinação alcançamos apenas 9% da população com apenas uma dose, e com uma forte aceleração nos últimos 10 dias, com o dobro de aplicações,
por conta da liberação das reservas feitas para a 2a. dose.
Só que isso tem um preço, o do comprometimento das novas doses para a aplicação de reforço.
Isso significa que parte expressiva das doses com entrega em abril serão usadas para este fim, o que representa a capacidade de dar a primeira dose, com certeza, a pouco mais de 15 milhões de pessoas e chegar ao fim de abril com pouco mais de 30 milhões de vacinados.
Perto de 15% da população.
Uma tragédia, edulcorada na base do “mu pai já vacinou”, numa doença que migra fortemente para as faixas mais jovens da população.