Guedes acena com o galinheiro inteiro às raposas. Elas vão acreditar?

A entrevista do Ministro da Economia, que andava silencioso, é uma peça de total irresponsabilidade.

Ele diz que são os parlamentares que deifinirão livremente não o naco do Orçamento Público destinado, por artes de Eduardo Cunha, às emendas de sua autoria à lei orçamentária, mas toda – isso mesmo, toda! – a destinação dos recursos da União.

E diz que o governo apresentará – a curto prazo – proposta de Emenda Constitucional acabando com as vinculações obrigatórias de despesas.

Isso, é claro, é impossível. A menos que deixar o Congresso decidir por deixar de pagar transferências a Estados e Municípios (inclusive as obrigatórias para a Educação), pagamento de pessoal, do serviço da dívida (juros + amortizações), aposentadorias e pensões, etc…

Nas contas de 2018, 63% referiram-se a encargos (refinanciamento + serviço da dívida) financeiros e transferências constitucionais. Dos 37% restantes, mais da metade com a previdência – pública e privada.

As despesas chamadas discricionárias, as que o governo pode livremente alocar, que são basicamente as de investimento e custeio, não representam quase nada no Orçamento.

A ideia exposta por Guedes é próxima a um delírio chamado “Orçamento de Base Zero”, muito apreciado pelos tecnocratas, que sugere uma ideia de “quanto queremos gastar com cada área ou atividade” a partir do zero.

Como, é claro, isso não vai abranger os gastos financeiros, nem as despesas de pessoal e previdência, signica que se pretende cair em cima de uma partilha demagógica dos fundos e transferências constitucionais e dos recursos destinados à Educação e à Saúde, os únicos de natureza social que ainda têm algum peso orçamentário.

E, claro, zerar os investimentos públicos de expressão e efeito econômico, trocados por uma infinidade de pequenas obras do agrado de deputadose de senadores. Neste modelo, investimento em infra estrutura é só o privado e como o privado não investe…

Politicamente, o que parece é que, de forma primária, Paulo Guedes parece querer encantar os deputados com uma promessa de que poderão manipular como quiserem o Orçamento da União, em troca de lhe darem a reforma previdenciária.

Conta, é claro, com o fato de existirem muitos energúmenos com mandato que poderiam encantar-se com a promessa de terem todo o Tesouro como seu butim.

Só que não é verdade, claro, e não creio que haja tantos que, por bobos, acreditem nesta balela.

 

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12 respostas

  1. els não perdem a oportunidade de fazer declarações estaparfúdias
    é impressionante isso

  2. els não perdem a oportunidade de fazer declarações estaparfúdias
    é impressionante isso

  3. É bom que parlamentares lembrem que nem haverá orçamento público….ou esqueceram quem o Guedes representa?

  4. Nossa Constituição desde que foi promulgada vem sendo reescrita, razurada, deixada de lado ou lida conforme as conveniências ou o oportunismo político de quem quer se perpetuar (o mandato de 5 anos de Sarney ou a reeleição de FHC) ou abreviar um poder soberano (como o mandato de Dilma) ou um mandato tampão (como foi Collor e provavelmente será Bolsonaro). Recuperar as instituições atualmente significa retornar ao espírito da Carta de 89 e Lula Livre (ou o fim do regime ilegítimo que o Golpe de 2016 impôs ao país). Tudo o mais será perfumaria.

  5. Só faltou o Paulo Guedes prometer dar participação societária em suas empresas .Que tal Paulo dar participação a deputados e senadores nas empresas de economia mista , onde o governo tem 51% a 49% de participação .

    1. Mas drvemos ficar atentos. Um economista com uma caneta, se for sabujo do mercado, pode ser mais perigoso do que um bandido com uma metralhadora!

  6. Quer dizer, são eleitos, mas agem como reis e não como representantes do povo, que não é o caso dele, que devem respeitar a constituição vigente…o que vale a o casuismo de suas vontades……sabujice das grossas e só por isso deveria ir pra casa e parar de encher o saco do povo brasileiro……

  7. Nesta exposição tem um ponto que ficou encoberto para dar mais enfase as loucuras deste desgoverno. Esqueceu-se de dizer que o guedes propõe que não haja mais vinculações para educação e saúde (mais uma medida inconstitucional), portanto sobraria mais “ervário” público para negociar.

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