Reabertura precoce pode arruinar chances eleitorais de Trump

Na capa e nas páginas internas, hoje, o The New York Times (veja ao lado) apresenta gráficos assustadores sobre o crescimento dos casos de infecção pelo novo coronavírus.

Ontem, os EUA registraram um recorde de expansão da doença, com o registro de 68 mil casos em apenas 24 horas. Para comparar: na China, ao longo de toda a pandemia, foram registrados 83 mil casos.

Busquei os dados e assinalei no mapa veiculado pelo site Real Clear Politics, que sistematiza e pondera todas as pesquisas eleitorais daquele país.

Ainda há um número grande de estados que estão indefinidos e, no sistema eleitoral norte-americano, que tem uma eleição por delegados estaduais que ficam todos com o vencedor local, isso faz com que as vantagens obtidas pelo candidato democrata, Joe Biden, à frente perto de 10% na preferência geral, não lhe deem segurança da vitória eleitoral.

Mas há um enorme problema para Trump: os estados que balançam entre os dois candidatos, na sua maioria, estão experimentando uma disparada de casos de contaminação desde que se aplicou a reabertura da qual o atual presidente é o mais ardoroso defensor.

O Texas, maior dos colégios eleitorais indefinidos, com 38 delegados, teve um aumento de 680% no número de casos. A Flórida, com 29 votos, inacreditáveis 1,393% desde a reabertura, há dois meses e meio. Geórgia e Carolina do Norte, que somam 30 delegados, 245% e 269%, respectivamente. E assim vai em quase todos os outros estados onde há empate nas chances até agora.

Não se espante, portanto, pelo fato de Trump ter voltado a sacolejar a bandeira de um iminente golpe de esquerda (sim, ele faz isso, acredite) para atenuar a péssima imagem sobre sua capacidade de lidar com o problema sanitário.

E nisso, a opinião pública é implacável: 57,5% desaprovam e só 40% aprovam o trabalho do republicano em relação ao novo coronavírus.

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4 respostas

  1. Não vou dizer que a notícia é boa, claro, mas a derrota de Trump é algo imprescindível para que o mundo tenha alguma esperança. NÃO que Biden seja algo tão bom assim, em termos bélicos a coisa pode até piorar. Mas com Trump a direita mundial ganhou uma força assustadora. É uma questão simbólica também. Existe ainda a perspectiva de que Sanders tenha uma influência maior depois da grande votação nas primárias.

  2. Não vou dizer que a notícia é boa, claro, mas a derrota de Trump é algo imprescindível para que o mundo tenha alguma esperança. NÃO que Biden seja algo tão bom assim, em termos bélicos a coisa pode até piorar. Mas com Trump a direita mundial ganhou uma força assustadora. É uma questão simbólica também. Existe ainda a perspectiva de que Sanders tenha uma influência maior depois da grande votação nas primárias.

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