Ainda é impossível analisar o que significarão as denúncias e as operações policiais disparadas hoje contra José Serra.
Mas o seu sentido é, certamente, maior do que a tardia “a lei é para todos” em acusações e provas conhecidas há muito tempo.
A denúncia, aliás, foi entregue eletronicamente às 6:23:59, no momento em que equipes policiais entravam nos imóveis de Serra para “obter provas” de negócios feitos há mais de dez anos.
Provas, portanto, desnecessárias para formar o conjunto de indícios necessário para levar o tucano e sua filha Verônica ao tribunal, pedindo sua condenação.
Serra reagiu com aquilo que já no primeiro post levantou-se aqui: por sua idade e pelo tempo transcorrido dos supostos atos de corrupção e lavagem de dinheiro, e disse em sua nota de resposta que a “a operação realizou busca e apreensão com base em fatos antigos e prescritos e após denúncia já feita, o que comprova falta de urgência e de lastro probatório da Acusação”.
Para fugir da prescrição. alega-se que ela foi feita em “camadas”, tendo a última operação de transferência de recursos entre empresas fantasma sido realizada em 2014, o que torna provável que, não sendo atribuída a pena máxima por lavagem , qualquer punição fique prescrita.
Por isso, a tardia “imparcialidade” da Lava Jato, tem toda a”pinta” de ter sido mais desfechada por política do que por razões jurídicas, que existem, aliás, há muitos anos, sem que o MP tivesse tomado qualquer iniciativa.
Nos tribunais, suspeito que vá trazer mais problemas que soluções para os procuradores lavajateiros.